VÍDEO: o que dizem defesa e acusação de Adriana Villela no julgamento de recurso no STJ
12/03/2025
(Foto: Reprodução) Revisão pede nulidade da condenação da arquiteta, acusada de matar os pais e a empregada da família, em 2009, no DF. Relator propôs prisão imediata de Adriana, mas pedido de vista suspendeu sessão. O que disseram defesa e acusação de Adriana Villela no julgamento de recurso no STJ
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) começou a julgar nesta terça-feira (11) o recurso que pede nulidade da condenação de Adriana Villela, condenada pelo assassinato dos pais e da empregada da família em 2009, em Brasília, no caso que ficou conhecido como "Crime da 113 Sul". Após o voto do relator, ministro Rogério Schietti, que propôs a prisão imediata da arquiteta, a sessão foi suspensa por um pedido de vista do ministro Sebastião Reis.
🔎PEDIDO DE VISTA: ocorre quando um magistrado ou ministro, ao participar de um julgamento colegiado, solicita mais tempo para analisar o processo antes de proferir o seu voto.
🔎O prazo para devolução de um pedido de vista no STJ é de 60 dias, prorrogável por mais 30 dias.
A defesa de Adriana argumenta que não há provas e nem mesmo indícios de que ela tenha cometido o triplo assassinato. Já o Ministério Público, por meio do promotor Marcelo Leite, afirma que Adriana é culpada (veja vídeo acima).
Adriana foi condenada pelo Tribunal do Júri, em 2019, pelas mortes do ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) José Guilherme Villela, de Maria Villela, e da empregada da família Francisca Nascimento. O julgamento foi o mais longo da história do Distrito Federal: 10 dias de duração, mais de 103 horas.
👉 A pena foi fixada em 67 anos e 6 meses de reclusão, no entanto, o juiz permitiu que Adriana Villela recorresse em liberdade.
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O que dizem acusação e defesa
Foram ouvidos na sessão desta terça-feira no STJ, a defesa de Adriana, o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, Kakay; e a acusação, por meio do promotor de Justiça Marcelo Leite Borges e do assistente de acusação, Pedro Calmon (veja vídeo no começo da reportagem).
Nós não temos nesse processo, por incrível que possa parecer, com todas as condenações que teve, não teve sequer uma história que tenha sustentação com começo, meio e fim, com prova, ou mesmo com indício. Quem foi condenado não foi a Adriana Villela, mas a imagem que criaram da Adriana Villela. Uma pessoa absolutamente simples, até hoje dedicada a trabalhos sociais e, no entanto, inventaram a tese da ganância.
Já o Ministério Público afirma não ter dúvidas sobre a autoria do crime.
No interrogatório ela [Adriana Villela] pôde mostrar toda a frieza, o seu cinismo e os jurados perceberam, [foram] 10h de interrogatório. Só tem dúvidas que foi ela mesmo é quem não conhece o processo. Há um estudo psiquiátrico dessas falas. A doutora Krause [Conceição], que foi chefe do setor de psicopatologia forense do IML por muitos anos, verificou agressividade verbal, intransigência, descontrole emocional, falta de tato para lidar com a figura paterna.
Relator propôs a prisão imediata de Adriana Villela
O ministro do STJ Rogério Schietti, relator do recurso que pede a nulidade da condenação pelo Tribunal do Júri de Adriana Villela
Reprodução
O ministro do STJ Rogério Schietti, relator do recurso que pede a nulidade da condenação pelo Tribunal do Júri de Adriana Villela, propôs a prisão imediata da arquiteta durante o julgamento.
"Eu não vejo qualquer possibilidade de rever o mérito tanto da soberana decisão dos jurados, que compuseram o conselho de sentença do julgamento", diz o ministro Schietti.
Adriana não participou do julgamento. A filha dela, Carolina Villela Perche, acompanhou a sessão presencialmente (veja foto abaixo).
🔎 Adriana Villela é uma das entrevistadas na série documental "Crime da 113 Sul", do Globoplay. A produção revela fatos inéditos sobre o triplo assassinato no luxuoso apartamento da família Villela, que ocorreu 15 anos atrás, em Brasília.
Carolina Villela, filha de Adriana Villela.
TV Globo / Reprodução
O triplo assassinato
O crime ocorreu em 28 de agosto de 2009. No sexto andar do bloco C da 113 Sul, quadra nobre de Brasília, foram assassinados:
José Guilherme Villela, 73 anos, ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), morto com 38 facadas;
Maria Carvalho Mendes Villela, 69 anos, advogada, morta com 12 facadas;
Francisca Nascimento da Silva, 58 anos, empregada doméstica da família, morta com 23 facadas.
Os corpos foram achados, já em estado de decomposição, em 31 de agosto de 2009, pela filha de Adriana Villela. A perícia demonstrou que as vítimas foram mortas em 28 de agosto de 2009, por volta das 19h15.
Três delegacias se envolveram nas investigações;
Em 2019, o tribunal do júri sentenciou Adriana Villela pelo assassinato das três pessoas a 67 anos e 6 meses de reclusão;
Em 2022, na segunda instância, o Tribunal de Justiça do DF negou o pedido para anular o julgamento e reajustou a pena estabelecida para 61 anos e 3 meses de reclusão;
O processo aguarda decisão sobre os recursos nas instâncias superiores.
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